segunda-feira, 26 de julho de 2010

Histórico do café e industrialização no Vale

No século passado, o café penetrou o vale do Paraíba paulista acompanhando o "caminho novo". Modificou a paisagem geográfica do Vale, substituindo a cana de açúcar, ocupando os morros, desenvolvendo as vilas e cidades e, sobretudo, trazendo progresso econômico e social para toda a região valeparaibana.

Inicialmente, as plantações eram muitos rudimentares, em formas lineares, em morros e/ou áreas de declive. Com a ocorrência de chuvas, o processo de lixiviação era inevitável, desgastando a fauna e os nutrientes dos solos, até se formarem voçorocas e deslizamentos de terra, que se agravaram até os dias de hoje.

Porém, novas técnicas de plantação foram se desenvolvendo, e com o ciclo do café, o afluxo de capitais ingleses, a construção da Estrada de Ferro Dom Pedro II, a navegação a vapor no rio Paraíba, o comércio intenso com o exterior, feito através dos portos de Angra dos Reis, Mambucaba, Parati, Ubatuba e São Sebastião, são exemplos de como encontramos os primórdios de uma tentativa de industrialização em algumas áreas do Vale do Paraíba: em 1875, instalava-se em São Luiz do Paraitinga, uma fábrica de tecidos de lã e algodão; em Taubaté, surgia em 1883 a Companhia de Gás e Óleos Minerais; em Lorena, em 1884, inaugurava-se com grande pompa o Engenho Central de Lorena para a produção e exportação do açúcar; em Aparecida, o coronel Rodrigo Pires do Rio, no final do século, montava em sua fazenda, uma grande máquina para beneficiar café, exemplo seguido por outros fazendeiros da região.

As primeiras indústrias surgiram na região, ainda nas últimas décadas do século XIX, exatamente quando se colocou o problema da procura da nova atividade. Tratava-se, na realidade, do reflexo de um processo que se instalava no Brasil, mais especialmente no Estado se São Paulo, em consequência da cessação das medidas restritivas imposta durante o período colonial e como resultado da política protecionista que foi adotada no Império. No Vale do Paraíba, essa fase inicial da industrialização, que se manifestaria na década 1880 – 1890.

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